You were not allowed to come in and mess up my life

06:12:00


E ela não superou. Bastou os olhares se encontrarem. Ele soltar o primeiro sorriso de canto, devagar, malicioso. Que ela já se desarmou toda. Se ela pudesse não se encantar com ele todas as vezes que se cruzam em cada esquina da vida, ela não se encantaria. Mas as coisas não são assim. Nós não escolhemos por quem iremos no apaixonar. Por quem iremos dar suspiros apaixonados depois de virar a esquina e seguir o caminho contrário do outro. Mas ela seguiu o caminho, ela andou até o fim da rua, entrou em casa, e se jogou na cama. Após esconder o rosto com o travesseiro numa forma de impedir a respiração, ela jogou todo o ar contido pra fora. Como num pedido de socorro, um grito angustiante, como de uma pessoa que se apaixonou pela primeira vez e não faz ideia de como agir, porque aquilo é novo, e é bom, mas é confuso demais, porque ela conhecia as consequências, e por mais que ela queresse, os contras estavam falando mais alto. Ela sabia que ele havia mexido com ela. Naquele momento em que eles se olharam. Ela confirmou que pertencia a ele, e nem precisou falar nada. Sem ao menos der tempo dela levantar e tomar um banho, para tirar o peso das costas, e talvez até da consciência. O telefone tocou. E era ele. Sem ao menos precisar olhar o remetente, ela sabia. Seu coração a contou, no pulo que deu junto com o toque do celular. Sem um pouco de pressa ela, o pegou, e abriu a mensagem, o sorriso que ela deu confirmou o que todos nós já sabemos. E eles conversaram, como dois amigos, dois estranhos, duas pessoas que manteram um sentimento preso por muito tempo, e que naquele momento ele precisava ser solto, voltar a vida, e ser vivido. Mas, ela sabia que aquela conversa, por mais vontade que ela tenha de continuar, teria que dar um fim. Passaram-se anos em que eles não se mantinham juntos. Eles mudaram. As vontades mudaram. Talvez o amor no peito dela ainda seja o mesmo, apesar do tempo, ainda existia uma chama, pequena, mas que em poucos segundos a incendiou por completa. Ela jamais permitiria que se repetisse o que aconteceu naquele tempo. Ela sabia que ele era uma paixão que poderia acabar com ela novamente. E ela não queria isso. Nessa mesma noite, ela pensou bem, e pôs na balança os prós e contras, e viu que não valia tanto a pena assim. Ele era o amor da vida dela, sim, mas quando a gente se deixa de lado para adorar alguém, a vida não anda. Nesse instante ela percebeu que ele amou ela, ela amou ele, mas a bagunça que ele vem, faz, é algo que ela não podia lidar, não de novo. Naquela noite, ela abriu mão de tudo o que tiveram, e de tudo que poderiam ter algum dia. Não sei se foi o melhor a ser feito. Ela pensa que sim. Mas quem somos nós para escolher o melhor para ela. Talvez, havia outros prós, que a fariam a mulher mais feliz desse mundo, mas também, há a probabilidade dela ser infeliz com ele, das brigas e desentendimentos continuarem, e o amor não bastar para os dois. Ela escolheu o amor, mas o amor dela não o amor de alguém. Aliás, é somente esse amor que ela precisa. 

Você não tinha permissão para entrar e bagunçar minha vida.

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