Intensidade

08:42:00

Não sei rir pouco, muito menos baixo ou discretamente. Não sei chorar num canto, quieta, só pra mim. Sou escandalosa, exagerada. Eu explodo se for preciso, chuto o balde, grito com todos e saio de cena. Não sei beijar pouco, devagar, como num filme romântico. Sou violenta, eu devoro. Sou assim. Eu arranho, mordo, chupo e arranco um pedaço se for preciso.  Não sei abraçar e ficar parada como quem quisesse que o mundo acabasse ali. Sou agitada, no 220. Não sei ser calma, calada, quieta. Não sou do tipo que aceita, que se conforma. Eu discuto, questiono, indago, e peço explicação. Não sei querer pouco, não me contento. Quero tudo em escala. Muito menos sei ser pouco, sou o exagero, o excesso, no limite. Sou intensidade da cabeça ao pés, sou 8 ou 80, sou dá ou desce. Quando quero, eu quero de verdade. Quando enjoo, já era. Sou decidida. Se amo, amo demais, com verdade, eu exagero. Quando não amo, não amo. Quando vejo que não dá, não insisto. Não tenho meio termo. Eu jogo pra me queimar, pra arder. Não tenho medo do resultado. Pulo de olhos fechados. Grito do nada, só pra ouvir minha voz ecoar. Danço sozinha, no meio da rua. Canto apesar da minha voz péssima. Não tenho medo de me arriscar. Não sei controlar o que sinto. Não consigo esconder. Não tenho medo de tentar. Mas a minha intensidade era um exagero para o seu bom senso.

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